13.12.10

FRENESI


"Eu não sei como querer-te
pra te ver mais minha ainda
és já minha e quero ver-te
mais unida a mim, oh linda!
Embora, tal como o vento,
de mim te sinto ao redor,
sempre me trazes sedento,
oh bella! do teu amor.
Tanto te quero, que quando
te vejo e miro e remiro,
penso que estás delirando
e ao respirar te respiro!
E ao pensar ver-te nos laços,
dos meus braços amadores,
receio que entre os meus braços
te desfizeras em flores.
E embora, feliz, te admire
a sorrir-me docemente
e o teu hálito respire,
e de ti já me alimente.
E se te sorvo no olhar
que sempre e mais te acarinha
há de me sempre faltar
maneira de te ver minha!
Quero-te, sim, não sei quanto!
Desejo-te ser sincero...
E quero-te tanto, tanto,
que não sei quanto te quero!"

Carta de amor escrita durante a guerra colonial. (Anónimo)

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